PARCEIRO DO MEIO AMBIENTE

PARCEIRO DO MEIO AMBIENTE
Parceiro do Meio Ambiente: uma homenagem da Prefeitura do Rio de Janeiro

domingo, 6 de dezembro de 2009

MUTIRÃO ECOLÓGICO


Aconteceu hoje mais um mutirão ecológico, o último de 2009.
Os voluntários fizeram a limpeza da trilha do Morro da Urca. A atividade programada era fazer a limpeza dos pesqueiros ao longo da Pista Cláudio Coutinho, porém o mar estava muito agitado e a atividade ficou arriscada. Além disso, as ondas fizeram o serviço por nós, retirando o lixo das pedras.
Os voluntários de hoje:
Henrique Menescal, Carlos Eduardo, Milena Duchiade, Larissa, Júnior, Maysa Blay, Aldair Facundo, Victor Hugo e Flávia.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

VISTORIA DO IPHAN

Adler, Neuvânia, Regiane, Geanne, Natália (IPHAN), Paulo Gentil (SMAC) e Mário Senna


Técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), acompanhadas pelo gestor Paulo Gentil, fizeram uma vistoria no dia 28/11/2009 nas balas de canhão encontradas na face leste do Pão de Açúcar. O material foi encontrado no Costão e no Grotão a partir de maio de 2002, quando iniciei a recuperação ambiental nos trechos que adotei.
A Prefeitura vai aguardar o laudo do IPHAN para decidir o que fazer com esse material histórico.
Gostaria muito que tivesse um fim digno de sua importância, já que ao lado foi fundada a muito bela cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Agradeço a Mário Senna pela gentileza de ter guiado a equipe, pois estou me recuperando de uma fratura no pé.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS SOBRE ROCHAS




ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DAS PLANTAS SOBRE AS ROCHAS
Por Katia Torres Ribeiro
As rochas estão por todo lugar, e hoje são um dos ambientes terrestres mais bem preservados de todo o planeta, sendo assim importantes refúgios para muitas plantas sensíveis ao fogo, ao gado e a várias outras atividades humanas. Na África do Sul, por exemplo, país quase todo varrido por incêndios, as plantas sensíveis ao fogo estão quase sempre confinadas nas paredes rochosas; na China acontece o mesmo, seu território foi praticamente todo convertido em áreas de agricultura, e somente as rochas e as montanhas elevadas abrigam uma vegetação original, mesmo assim bastante atingida pelos caçadores de bonsais[1].
Em diversos estados do Brasil, principalmente no nordeste, toda a área plana foi convertida também em pastos ou plantações, e muitas vertentes de montanhas são alcançadas pelas cabras e pelo fogo, de modo que a escassa vegetação original fica quase sempre restrita às paredes rochosas de difícil acesso[2]. Em um levantamento desse tipo de vegetação feito no maciço do Itatiaia, foram encontradas 114 espécies em apenas 800m2, que representam cerca de 25% do total de espécies do planalto[3],[4]. No incêndio de 2001, as manchas de vegetação sobre rocha não queimaram, o que mostra mais uma vez a importância das rochas como refúgio para muitas plantas.
A divulgação e crescente popularização dos esportes de aventura e ao ar livre vêm ameaçando as áreas naturais em geral, e também a vegetação sobre rocha, que tem aí seu maior fator de impacto[1],[5], pelo menos nas zonas temperadas. No Brasil, é freqüente também a retirada de plantas para o comércio ilegal, e são muitos os relatos de incêndios propositais nas paredes rochosas no nordeste e no Espírito Santo[6], bem de acordo com a piromania nacional.
O que as plantas sobre rocha têm de especial? As plantas encontradas nos paredões podem ser rupícolas, quando crescem diretamente sobre a rocha, ou saxícolas, quando se localizam em pequenos platôs ou fendas com solo. Nessas situações, a água que chega escoa rapidamente e os nutrientes são escassos. Por isso, as plantas crescem bem devagar, e muitas têm adaptações especiais para lidar com a escassez de água, como é o caso dos cactos e bromélias formadoras de tanques, que armazenam água, ou das orquídeas e bromélias do gênero Tillandsia, que conseguem captar rapidamente a umidade das nuvens, ou ainda as velózias (canelas-de-ema) e capins-ressurreição, que toleram a dessecação violenta das folhas com posterior re-hidratação das mesmas folhas. Algumas plantas são tão especializadas neste ambiente limitante que continuam crescendo devagar, mesmo se adubadas e irrigadas1. A bromélia Vriesea goniorachis, aquela espécie de folhas pontudas, comum nas faces norte dos morros do Rio de Janeiro, faz parte de um dos grupos mais especializados no hábito rupícola, ainda muito pouco estudado taxonomicamente (no que diz respeito à distinção entre as espécies e seus nomes), mas se sabe que cresce de forma extremamente lenta e resiste à adubação também[7].
Não é fácil se fixar na rocha. Imaginem quantas sementes se perdem por secura ou enxurrada para que uma se fixe e, finalmente, cresça. Basta observar uma via inacabada na face S do Pão de Açúcar, o Paredão Universal, para constatá-lo: ela começou a ser conquistada na década de 60, mas depois foi abandonada e até hoje não apresenta sinal claro de recuperação da vegetação luxuriante que cobre esta face úmida da montanha.
É muito difícil para uma semente conseguir viajar de uma montanha para outra e, além disso, chegar a germinar. Talvez por isso haja tantas plantas que são específicas de uma ou de poucas montanhas adjacentes. Plantas em diferentes montanhas, quando não trocam sementes ou pólens, vão se tornando cada vez mais diferentes até que formam espécies distintas, e assim surgem os muitos casos de endemismo restrito (espécies só encontradas em uma única montanha).
Depois que algumas espécies mais tolerantes se fixam, começa a haver a interceptação de partículas de rocha, de húmus e detritos de plantas, e assim surge um protossolo, em que vão crescer outras plantas, como algumas gesneriáceas, bromélias e aráceas. Em geral, há primeiro a entrada de liquens e musgos, que crescem extremamente devagar (alguns liquens crescem apenas 1mm por ano!). Essas plantinhas minúsculas vão decompondo a rocha química e fisicamente, e vão juntando um pouco de solo embaixo de si, e assim também ajudam as sementes das outras espécies a se fixar. Estas então germinam e começam a crescer de forma bastante lenta também. Algumas delas crescem prostradas na rocha, e formam algo parecido com um tapete, que ajudam ainda mais a fixar partículas de solo, e mais e mais espécies conseguem se estabelecer ali. No entanto, muitas vezes esses extensos tapetes estão precariamente presos na rocha, quase que apenas aderidos, e sua retirada, bastante fácil, interrompe um processo de décadas ou mesmo de séculos de duração.
Em resumo, podemos dizer que essas espécies crescem devagar, têm dificuldade de estabelecimento (germinação + fixação) e, portanto, ``investem'' na longevidade. Estas plantas são, no mais das vezes, muito velhas! Ruy Alves[8], pesquisador do Museu Nacional do Rio de Janeiro, estimou a idade das canelas-de-ema do Pão de Açúcar, aquelas pequenas plantas de flores brancas (Vellozia candida) no caminho do Costão e Paredão São Bento, em cerca de 150 anos, e em cerca de 500 anos as canelas-de-ema gigantes da Serra do Cipó. Larson e colaboradores1, que são biólogos e também escaladores, do Canadá, mostram fotos de árvores encravadas em fendas das falésias de Niágara, totalmente depredadas por rapéis feitos em suas raízes e caules (além de podas de galhos para dar passagem cômoda), sendo que algumas tinham 1700 anos de idade e eram pequeninas como arbustos! Casos similares de árvores antigas podem ser possivelmente encontrados nas grotas e fendas das montanhas altas do Brasil, mas ainda não se têm dados sobre as mesmas.
Por que as montanhas têm plantas diferentes umas das outras? Muitos fatores determinam quais plantas podem ser encontradas em uma certa montanha. Além do acaso e das chances das sementes terem chegado lá, as plantas são afetadas pelo regime de luz, pela rugosidade da rocha (tamanho dos cristais da rocha e forma de fragmentação), presença de fendas e outras concavidades, composição química da rocha e outros detalhes do relevo, além da presença de dispersores e polinizadores. Plantas muito diferentes são encontradas sobre quartzito, granito ou arenito, por exemplo[9].
Também é bastante evidente o papel da insolação, da declividade e da umidade. No hemisfério sul, as paredes voltadas para o norte são as que recebem mais horas de sol e, nos trópicos, menos espécies conseguem crescer nestas faces, por conta do calor e da falta d´água. O contrário acontece nas regiões frias, onde mais espécies são encontradas nas faces que recebem mais sol. A declividade também define bastante quais espécies podem ser encontradas. Algumas delas só conseguem crescem em paredes verticais, enquanto outras dependem de um pouco de terra, e são mais comuns nas paredes menos inclinadas (as grandes bromélias, muitas canelas-de-ema). A umidade depende dos ventos, da insolação e da declividade da rocha, principalmente. Às vezes podem ser encontradas grandes diferenças em umidade em paredes próximas, como é o caso dos morros ao longo do litoral do Rio de Janeiro. As faces voltadas para o sul são geralmente atingidas por ventos vindos do mar, úmidos, e por conta disso, a vegetação nessas faces costuma ser luxuriante, com muitas espécies e grande densidade. Das 12 espécies de orquídeas existentes nas rochas do Pão de Açúcar, apenas duas ocorrem na vertente norte, enquanto as outras 10 habitam apenas as vertentes voltadas para o quadrante sul[10].
A vegetação sobre rocha do sudeste do Brasil e de outros países tropicais da América do Sul é extremamente diversa, e rica em endemismos[2]. Embora as rochas do oeste da África sejam por vezes muito similares às do Brasil, lá as mesmas espécies tendem a ser encontradas em longas distâncias, e muitos afloramentos rochosos compartilham aproximadamente os mesmos conjuntos de espécies. No Brasil, cada montanha ou conjunto de montanhas tem suas espécies particulares, principalmente de bromélias, orquídeas, samambaias e canelas-de-ema.
A fragilidade da vegetaçãoEssa vegetação sobreviveu relativamente bem até hoje, mas na verdade é extremamente frágil. A fragilidade tem dois componentes importantes: a facilidade para remover a vegetação (resistência) e o tempo que ela leva para se recuperar (resiliência)[11]. Para retirar a vegetação sobre rocha não são necessárias nem grandes ferramentas, nem tratores, nem fogo, como em uma floresta. Basta a habilidade de subir (ou descer...) na rocha e a força de algumas pessoas, ou mesmo a passagem freqüente de cordas para causar um grande estrago. Já o tempo para a vegetação se reconstituir por meios naturais ainda não foi estimado, mas é certamente muito longo. Em locais com muitas fendas a vegetação pode voltar ao que era antes em menos de 100 anos[12], mas em superfícies lisas os processos são mais lentos. Esses tempos não foram medidos ainda justamente por estarem além da duração das nossas vidas, e pelo fato dessa vegetação muitas vezes ter sido vista com baixo interesse.
A recuperação destas áreas é impressionantemente difícil e lenta, e no caso de se querer apressá-la, muito cara. O que é destruído agora tem de ser considerado como perda total, a não ser que sejam implementados programas intensivos de recuperação.
A velocidade com que novas vias vêm sendo estabelecidas ameaça a estabilidade da vegetação e mesmo a existência de muitas espécies, e é preciso lutar por normas de conduta que minimizem o impacto em vias novas ou já criadas, ao mesmo tempo em que se tenta determinar um patamar máximo de retirada de vegetação das paredes.
Infelizmente, com os dados de que dispomos hoje, que são poucos, não é possível estabelecer limites de uso com muita objetividade. Os trabalhos de Rogério de Oliveira[13] foram os únicos no Brasil a fazerem uma amostragem sistemática das plantas sobre rocha também nas faces mais íngremes. Em geral, as coletas botânicas e os estudos ecológicos feitos com estas plantas se restringem às partes das montanhas que são alcançadas a pé com facilidade por um leigo em escaladas. Por esta razão, estima-se que quase todos os conjuntos de morros e montanhas no sudeste do Brasil têm espécies novas ainda por descobrir e descrever.
É mais fácil destruir e não se importar com plantas que parecem um simples mato. E o que é o mato? Pra maior parte das pessoas, é aquilo que vive em qualquer lugar, que cresce em abundância, que ``dá como mato''. Decididamente este não é o caso das plantas sobre rocha, muitas delas assim tão pequenas e na verdade mais velhas que nossas bisavós, e que conhecemos tão pouco. É responsabilidade de todos nós poupar e ensinar os outros a proteger essa vegetação da nossa sempre crescente velocidade.
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Referências[1] Larson, D.W., Matthes, U. & Kelly, P.E. (2000) Cliff Ecology. Pattern and Process in Cliff Ecosystems. Cambridge Studies in Ecology. Cambridge University Press, Cambridge. 340p.
[2] Porembski, S., Martinelli, G., Ohlemuller, R. e Barthlott, W. (1998) Diversity and ecology of saxicolousvegetation mats on inselbergs in brazilian Atlantic forest. Diversity and Distributions, 4, 107-119.
[3] Ribeiro, K.T., Medina. B.O. e Scarano, F.R. (2001) Rupicolous vegetation of the Itatiaia Plateau: Floristic composition, endemism and its relationship with the Atlantic Forest, Journal of Biogeography.
[4] Martinelli, G. & Vaz, M.S. (1988) Padrões fitogeográficos em Bromeliaceae dos campos de altitude da floresta pluvial costeira do Brasil, no estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia, 64/66, 3-10.
[5] Nuzzo, V.A. (1996) Structure of cliff vegetation on exposed cliffs and the effect of rock climbing. Canadian Journal of Botany, 74, 607-617.
[6] Relatos de André Ilha, Kate Benedict e Pedro Nahoum
[7] Informação de Pedro Nahoum.
[8] Alves, R.J.V. (1994) Morphological age determination and longevity in some Vellozia populations in Brazil. Folia Geobotanica Phytotaxa Praha, 29, 55-59.
[9] Porembski, S., Barthlott, W., Dörrstock, S. & Biedinger, N. (1994) Vegetation of rock outcrops in Guinea: granite inselbergs, sandstone table mountains and ferricretes - remarks on species numbers and endemism. Flora, 189, 315-326.
[10] Miranda, F.E.L. e Oliveira, R.O. (1983). Orquídeas rupícolas do Morro do Pão de Açúcar, Rio de Janeiro. Atas da Sociedade Botânica do Brasil, 18, 99-106.
[11] Begon, M., Harper, J.L. e Townsend, C.R. (1996) Ecology, 3rd edn, Blackwell Science Ltd, Oxford.
[12] Ursic, K., Kenkel, N.C. e Larson, D.W. (1997) Revegetation dynamics of cliff faces in abandoned limestone quarries. Journal of Applied Ecology, 34, 289-303.
[13] Carauta, J.P.P. e Oliveira, R.R. (1984) Plantas vasculares dos morros da Urca, Pão de Açúcar e Cara de Cão. Rodriguésia, 36, 13-24.

DIRETRIZES DE MÍNIMO IMPACTO (ATUALIZAÇÃO)




1a Atualização das Diretrizes de Mínimo Impacto para Urca
Dia 11.08.2007 ocorreu na Urca a 1a Atualização das Diretrizes de Mínimo Impacto para Urca, as quais foram criadas no Seminário da Urca realizado em 2002.
A FEMERJ realizou duas reuniões abertas para todo e qualquer interessado que desejasse participar da elaboração do texto que seria apresentado na oficina dia 11/08. Desta forma o texto esteve a disposição de toda a comunidade antes da Oficina.
O resultado dessas reuniões e da Oficina (também aberta a toda comunidade) segue abaixo:
Texto da Oficina (11/08/2007)

Diretrizes Gerais:
1. Qualquer que seja a natureza de sua atividade na montanha, assim como uma escalada ou rapel, faça o possível para minimizar quaisquer danos, sobre a vegetação, o terreno ou a rocha. Opte sempre que puder em descer pela caminhada. O rapel é impactante e responsável pela maior parcela de destruição da camada de liquens e vegetação de parede. Se o rapel for inevitável, procure não fazê-lo emendando duas cordas. A movimentação de cordas na parede acrescida do nó de emenda aumenta ainda mais o impacto sobre a vegetação.
2. A Urca é um centro de escalada tradicional, portanto não apropriada para a prática exclusiva de rapel. Além do já citado impacto sobre a vegetação, existe a possibilidade de acidentes quando do uso de vias de escalada para a prática do rapel exclusivo, lembrando que há uma área recomendada ao treinamento em técnicas de descida, vide item 2.2 das Diretrizes Específicas.
3. Estando na base de uma escalada, evite aglomerações e/ou preparações para a escalada em platôs com vegetação. Não utilize a vegetação como apoio, proteção natural ou ancoragem. Platôs tanto na base das escaladas e mais ainda ao longo das vias são locais específicos (habitat) de várias espécies animais e vegetais e assim, inestimáveis. Preserve-os.
4. Utilize as trilhas existentes e não abra ou utilize atalhos. Contribua sempre para a manutenção obstruindo com gravetos e folhas caídos os atalhos abertos e desobstruindo as trilhas originais caso haja algum obstáculo em seu trajeto.
5. O compromisso com o baixo impacto de uma via conquistada não se refere somente ao ato da conquista, que deve ser feita, obviamente, em linhas sem vegetação. Deverão ser também pensadas as conseqüências das repetições e futuras descidas.
6. Ao pensar em realizar uma conquista explore bem o potencial oferecido pelas vias já existentes no setor (escale!). Conheça um pouco da história informando-se nos guias já publicados ou com escaladores locais mais experientes. Isto poderá evitar que se cometam equívocos como a abertura de variantes medíocres, rotas muito próximas ou que intermedeiem vias clássicas, etc... Procure orientar sua energia para locais menos saturados.
7. Não promova e nem participe de escaladas com um grupo grande e evite aglomerações. Considere que poderá encontrar outras cordadas na mesma via. Excursões com muita gente causam significativos impactos nas trilhas e vias. Aprecie o aspecto reflexivo e contemplativo da escalada, que só são possíveis longe da multidão.
8. Lembre-se que o objetivo é o mínimo impacto: restrinja sua passagem na parede ao estritamente essencial. Não coloque grampos abusivamente. Lembre-se que eles são a última opção de proteção. Não os transforme na única. Privilegie, portanto, as proteções móveis. Não bata grampo ou chapeletas em boulders. Não coloque agarras artificiais, bem como não quebre ou cave agarras na rocha. Não faça pinturas, pichações ou outras marcações na parede. E leve todo o seu lixo de volta. Considere também transportar lixo deixado por pessoas menos conscientes que você.
9. Certas paredes apresentam indícios de que não comportam mais vias, sem que aconteça um dos seguintes casos: vias coladas umas nas outras, comprometendo o caráter independente das mesmas, ou muita vegetação destruída. Situações como estas não acrescentam nada de positivo para a história da escalada da Urca. Verifique nas recomendações específicas, quais são estas paredes.
10. Boulders e Falésias: roga-se aos escaladores que instituam o hábito (e cultura) de se proceder a limpeza das agarras após sua atividade. A simples limpeza com escova (que não seja de aço) após o uso pode diminuir o impacto visual do magnésio. Eventualmente, em casos extremos, inclusive lavar a agarra usando água e escovação.
11. Observe que há vários trabalhos de reflorestamento e conservação de trilhas no Complexo da Urca. Procure se locomover cuidadosamente nessas áreas trabalhadas, cujo solo muitas vezes encontra-se desestabilizado, evitando o pisoteio das mudas. Informações sobre os trabalhos em www.femerj.org

Diretrizes Específicas:
Justificativas para Diretrizes
(a)
Preservar vegetação remanescente
(b)
Parede não esportiva saturada de vias
(c)
Abundante presença de vegetação
1. Morro da Babilônia:
1. Setor Entropia – Diedro Phoenix:
Justificativas: (a) e (b)
· Sem novas conquistas
· Recomenda-se que não seja escalada a via à esquerda da via M2, mantendo a recomendação do Seminário de Mínimo Impacto no dia 23/02/2002. Solicita-se aos conquistadores que a via seja desequipada.

2. Setor à direita do Diedro Phoenix (Chamado Selvagem, etc.):
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

2. Morro da Urca:
1. Face Norte - Setor Singra:
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

2. Face Norte - Setor Falésias (Antonio Callado, Hervê Muniz, etc.):
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.
· Privilegie o acesso pela caminhada.
· Tenha em mente que é uma área de solo instável e utilize sempre a trilha já demarcada.
· Treinamentos em técnicas de descida devem ser realizados à esquerda da via Mesmo com Chuva, um trecho desprovido de vegetação e indicada para treinamento.

3. Face Sul - Setor início da pista (do portão até do cano de esgoto):
Justificativas: (c)
· Sem novas conquistas.

4. Face Sul - Setor Coloridos:
Justificativas: (c)
· Sem novas conquistas;
· Manter fechado o acesso à via Arco-Íris pela trilha. Utilizar o costão rochoso como acesso.

5. Face Sudoeste (esquerda da via Escarlate ao final da rua Ramon Franco)
· Possui acesso restrito por militares e particulares.
· Em áreas sem vegetação, novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

3. Pão de Açúcar:
1. Face Sul – Setor Coringa:
Justificativas: (a) e (c)
· Sem novas conquistas;
· Evitar rapel, privilegiar a descida pelo Costão (exceção p/ a via Alfredo Maciel).

2. Face Sul – Setor Tetos:
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais e privilegiar as conquistas em móvel.

3. Face Sul – Setor Entre o Alfredo Maciel e Gallotti:
Justificativas: (c)
· Sem novas conquistas.

4. Face Sul – Setor Totem, face leste:
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

5. Face Sul – Setor Totem, face sul (frontal):
Justificativas: (a) e (c)
· Sem novas conquistas.

6. Face Sul – Setor Totem, face oeste:
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

7. Face Sul – Setor Lagartinho:
Justificativas: (c)
· Sem novas conquistas.

8. Face Oeste (Esgotão até o Cão Danado):
Justificativas: (a), (b) e (c)
· Sem novas conquistas.

9. Face Oeste (Cão Danado até o fim do Teto):
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

10. Face Oeste (fim do Teto ao Secundo):
Justificativas: (a) e (c)
· Sem novas conquistas.

11. Face Norte (Secundo até Iemanjá):
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

12. Face Leste (Iemanjá ao Costão):
Justificativas: (c)
· Sem novas conquistas.

13. Face Leste - Setor Mirante do Costão:
Justificativas: (a), (b) e (c)
· Para a parede à esquerda do trecho entre as vias 49 e Recruta Zero, novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.
· Sem novas conquistas para o restante do setor.
· Recomenda-se que não sejam escaladas as vias entre a via 49 e Sargento Tainha, conquistadas após as recomendações do Seminário de Mínimo Impacto no dia 23/02/2002. Solicita-se aos conquistadores que as vias sejam desequipadas.
· Tenha em mente que é uma área de solo instável, com trabalhos de recuperação em andamento e utilize sempre a trilha já demarcada.

14. Face Leste - Setor do Costão e Escadinha do Jacó:
Justificativas: (a) e (c)
· Sem novas conquistas.
· Lembre-se que o Costão é uma via de escalada muito frequentada sofrendo assim grande impacto. Planeje esta excurção com um grupo pequeno, tendo em vista que certamente encontrará outras pessoas. Grandes concentrações potencializam problemas logísticos e maior danos ao meio ambiente.
· Recomenda-se manter ações de recuperação do Costão e da Escadinha de Jacó, tendo como base as seguintes ações:
§ Preparar um caminho único até o mirante para eliminar atalhos e evitar o alargamento da trilha;
§ Eliminação de plantas invasoras (capim colonião e gordura), e recomposição com vegetação nativa.

4. Falésias e Boulders:
1. Ácidos
· Em áreas sem vegetação, as novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

2. Setor Floresta (falésias e boulder)
· Novas conquistas devem seguir os itens 5, 6 e 8 das recomendações gerais.
· Limpeza periódica das marcas de magnésio.
· Utilize sempre as trilhas demarcadas.

3. Setor Mar (falésias e boulder)
· Novas conquistas devem seguir os itens 5, 6 e 8 das recomendações gerais.
· Limpeza periódica das marcas de magnésio.

4. Setor da Pedra da Lei:
Justificativas: (c)
· Sem novas conquistas para a Falésia.
· Para área de boulder as novas conquistas devem seguir os itens 5, 6 e 8 das recomendações gerais.

5. Falésia da São Sebastião
· Novas conquistas devem seguir os itens 5 e 6 das recomendações gerais.

6. Setor Face Leste do Pão de Açúcar (boulder)
· Novas conquistas devem seguir os itens 5, 6 e 8 das recomendações gerais.

5. Trilhas
As intervenções e manutenção das trilhas devem ser observar suas características de manejo:
1. Trilha popular:
· Trilha do Morro da Urca (Pista Cláudio Coutinho – Morro da Urca).

2. Trilha para montanhismo tradicional:
· Demais acessos para escaladas (paredes, falésias e boulders), incluindo a trilha para o Costão. Observar que o Costão é uma escalada.
· Não sinalizar a entrada dessas trilhas, mantendo-as discretas.

Oficina de Atualização das Diretrizes de Mínimo Impacto para a Urca, em 11/08/2007
Recomendações e Ações
a. FEMERJ-SMAC/PCRJ
· Ações de educação ambiental para os pescadores, concentradas em não deixar lixo.
· Ações de educação ambiental para os visitantes, concentradas em: não abrir ou usar atalhos, não realizar pichações, não alimentar animais e não deixar lixo.
· Presença da Guarda Municipal na Pista Cláudio Coutinho e na trilha da Urca.
· Manter o portão de acesso ao Morro da Urca aberto até as 19:00h ou até o horário de descida gratuita do bondinho.
· Horário de visitação da Pista Cláudio Coutinho das 6:00 às 19:00h.
· Remoção dos animais domésticos.
· Solicitar que, na manutenção (Comlurb), não seja roçado além da caixa da Pista Cláudio Coutinho, evitando expor as entradas das trilhas.
· Participação efetiva dos montanhistas, na gestão da U.C. do Pão de Açúcar, formalizando a parceria com a FEMERJ.

b. FEMERJ-Cia Caminho Aéreo Bondinho Pão de Açúcar
· Apoio da Cia. Caminho Aéreo aos trabalhos de recuperação de trilha.
· Formalizar a parceria entre a Femerj e a Cia. Caminho Aéreo, (incluindo os horários de utilização gratuita do bondinho do Morro da Urca).
· Controle e fiscalização do lixo jogado pela visitação do Morro da Urca e Pão de Açúcar.
· Placas educativas aos visitantes.

c. FEMERJ
· Criar no site da FEMERJ páginas que informem (e localizem) as ações de recuperação na Urca.
· Realizar intervenções no acesso as vias da Face Norte do Morro da Urca (Setor Falésias) e estabilização das bases da vias deste setor.
· Fazer um diagnóstico das demais trilhas de acesso ou saídas de vias de escalada para verificar a necessidade de ações de recuperação.
· Criar um grupo para a manutenção emergencial da trilha da Urca.
· Realizar intervenções para a recuperação do Costão do Pão de Açúcar.
· A via Noites Cariocas, aberta pelo Jamaica no Setor Falésias da Face Norte do Morro da Urca permanece.
· As Vias Noites de Brigadeiro e Surpresas da Caixinha, abertas com furadeira pelo Pita, Neto e Bernardo Cruz na Face Norte do Pão de Açúcar permanecem.
· A Via Cidade de Deus, na face oeste/norte, ao lado da Cão Danado, conquistada pelos Tchecos, terá suas chapeletas recolocadas.
· Intermediação da via Aves de Rapina com um grampo para rapel (na primeira horizontal após sair do cabo de aço) – Marcelo Braga demonstrou insatisfação com o ocorrido e vai avaliar se o grampo deve permanecer ou não.
· Serão feitas duas variantes na via Iemanjá (com a devida concordância dos conquistadores):
§ Uma logo no início, após a longa horizontal, ao invés de passar por dentro dos gravatás, será feita uma variante pela esquerda, contornando os mesmos.
§ A outra será após o crux, indo para a direita, evitando assim o trecho sem grampos que passa pelo mato.

domingo, 1 de novembro de 2009

VOLUNTÁRIOS ESTREANTES


Aldair, Victor Hugo e Maysa plantando suas primeiras mudas no Pão de Açúcar.

MUTIRÃO ECOLÓGICO




No dia 01/11/09 aconteceu mais um mutirão de recuperação ambiental do CERJ no Pão de Açúcar.
Trabalhamos no início da trilha de acesso à Chaminé Stop, a partir da Pista Cláudio Coutinho. Ali a trilha estava entrando num processo de assoreamento mais forte, expondo as raízes de algumas árvores. Construímos algumas contenções, reforçamos outras já existentes e cercamos a trilha com cordões de sisal, fechando os atalhos que estavam causando erosão naquele trecho.
Plantamos também quatro mudas de pitangueira doadas pela Milena. Grato pelas mudas, Milena.
Voluntários de hoje: eu, Maysa Blay, Luiza Menescal, Milena Duchiade, Aldair (minha conterrânea de Rondônia), Victor Hugo, Juliana, Henrique Menescal, Andreza(mãe da Juliana) e Jaqueline Macedo.
Agradeço aos voluntários, que hoje compareceram em grande número e cheios de disposição.
O próximo será no dia 06/12.
Você está convidado (a).
Sávio

FAUNA DO PÃO DE AÇÚCAR











sábado, 17 de outubro de 2009

REPORTAGEM "PÃO DE AÇÚCAR ESCONDE UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO"






Matéria publicada no jornal O Globo no dia 04.03.2007

PÃO DE AÇÚCAR VAI RECEBER MUTIRÃO DE REFLORESTAMENTO NESTE DOMINGO


Globo.com
RIO - Um dos mais belos cartões postais do Rio, o Pão de Açúcar, vai receber, neste domingo (dia 6 de setembro), um grupo de voluntários dispostos a deixar a paisagem do local ainda mais bonita. Eles farão parte do mutirão de reflorestamento realizado pelo Centro Excursionista Rio de Janeiro ( Cerj ), um projeto que já existe há cinco anos e que vem mudando um antigo quadro de degradação das encostas do morro, com o plantio de mudas típicas da Mata Atlântica.
O evento, que acontece sempre nos primeiros domingos de cada mês, visa a fortalecer o solo da área e, com isso, diminuir a erosão causada pelas fortes chuvas que caem no local - sobretudo no verão. Os beneficiados, além do público que freqüenta a Praia Vermelha, que passou a ver a região mais verde, sãos os próprios montanhistas, que normalmente usam as trilhas para caminhadas nos finais de semana.
O projeto, que foi iniciado em agosto de 2004, ocorre por meio de uma parceria entre o Cerj e a Prefeitura do Rio, que é responsável pelo fornecimento de mudas de diversas espécies da floresta Atlântica, como o Ipê e a Aroeira. A cada pedido de plantas solicitado à Prefeitura, cerca de 300 mudas são enviadas, as quais devem ser plantadas num período máximo de dois meses. Mas o projeto conta também com doações de mudas feitas pelos próprios voluntários envolvidos.
De acordo com o responsável pelo programa e diretor de ecologia do Cerj, Sávio Teixeira, o evento é aberto ao público em geral. "Os voluntários não precisam ter nenhuma experiência, o processo é ensinado na hora. O importante é o caráter educativo. Na verdade, eu nem espero que as mesmas pessoas venham todo mês. Mas é interessante que elas participem ao menos uma vez, vejam o trabalho de recuperação e coloquem a mão na terra. Esse engajamento muda o olhar delas em relação ao meio ambiente", explicou Sávio.
O diretor ressaltou, no entanto, que o número de participantes deve ser restrito, para não afetar o meio. "Como a área é muito íngrime e, seu equilíbrio, frágil, é preciso trabalhar com um número pequeno de voluntários. Temos que ter esse tipo de controle porque um número elevado de pessoas poderia prejudicar o trabalho que já está sendo feito", garantiu.
Aqueles que quiserem contribuir com o mutirão de reflorestamento do Pão de Açúcar devem entrar em contato com o próprio Sávio, pelo email saviorj@terra.com.br.

Publicado no site globo.com, no dia 03/09/2009

domingo, 11 de outubro de 2009

Vídeo: "O Outro Lado do Pão de Açúcar"




Em 2005 foi feito um registro em vídeo sobre o reflorestamento que realizo no Pão de Açúcar. Demos a ele o nome de "O OUTRO LADO DO PÃO DE AÇÚCAR", pois as principais áreas em recuperação ficam na face leste, voltada para as praias oceânicas de Niterói, fora da visão normal que se tem do Pão de Açúcar, a partir da Praia Vermelha e do Flamengo.
Dirigido por Aloísio Gomes e produzido por Zucca Pruduções(Júlio Augusto), tem 20 minutos de duração e participação da atriz Gisela de Castro na locução.

Conta com depoimentos de Waldecy Lucena, Delson de Queiróz, José de Oliveira Barros(Zé), Miriam Gerber, Miriam Garrido, entre outros.

Links para exibição no youtube:

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Voluntários Estreantes de Outubro
















Os voluntários novatos plantando suas mudas.
Tenho esperança de que este gesto renda frutos e estejamos plantando, principalmente, a semente do ambientalismo no coração de cada um.
Boa semana prá todos.

domingo, 4 de outubro de 2009

Mutirão Ecológico - 04.10.09



Hoje tivemos o nosso tradicional mutirão ecológico na trilha e no Paredão Lagartinho.
Na trilha de acesso ao Paredão, construimos duas contenções grandes para diminuir o impacto das enxurradas que descem ali.
No Paredão, plantamos 6 mudas e estaqueamos também algumas mudas que estavam sendo pisoteadas pelos montanhistas.
Foi um mutirão de muitas mãos:
Eu, Marcos Fonseca, Milena Duchiade, Henrique Menescal, Luiza Menescal, Carlos Eduardo, Antonio Marcos e Jussiê Caverna.
No final, Patrícia Rocha e Márcia Aranha também compareceram com uma muda para plantarmos.
Todos os novatos tiveram a oportunidade de plantar suas mudas, graças às doações da Milena, Carlos Eduardo Rebêlo e Márcia Aranha.
Obrigado a todos pela ajuda e até o próximo, no dia 01/11/09.
Savio

POR UMA NOVA ORDEM MUNDIAL


Por uma nova ordem mundial
Sex, 02/Out/2009 01:21 Jaqueline Maced Artigos e Opiniões

Jaqueline Macedo é jornalista - http://seuconsumoseufuturo.blogspot.com/
O descontrole climático chegou a tal nível que os impactos da irresponsabilidade já são sentidos por todos os povos do planeta: derretimento das geleiras, elevação do nível dos oceanos, secas extremas, aumento da frequência e da intensidade dos tornados e furacões, alterações no regime de chuvas, perdas agrícolas, surgimento de novas doenças e a possível extinção de inúmeras espécies da fauna e da flora.Urge a necessidade imediata da incorporação do senso de urgência ao enfrentamento deste problema, o qual é, sem dúvida, o maior e mais desafiador de todos os tempos. E esta questão só poderá ser enfrentada com união de todos – governo, setor empresarial e sociedade civil. Exatamente por isso, a próxima Cúpula sobre o Clima que se realizará no mês de dezembro em Copenhague torna-se tão importante. É crucial a mobilização de cada um, visto que a nossa espécie encontra-se em risco de ser exaurida da Terra. Neste encontro, os grandes líderes discutirão o próximo tratado sobre o clima, já que o Protocolo de Quioto expira em 2012. Neste protocolo, que foi aprovado em 1997 e ratificado em 2005, os países desenvolvidos assinaram um acordo comprometendo-se a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa em 5,2% aos níveis de 1990 no período de 2008 a 2012. A 15ª Conferência das Partes (COP 15) em Copenhague terá que elaborar um tratado mais ambicioso, com metas maiores a serem alcançadas.Desta forma, os países do G8 (formado pelos sete países mais desenvolvidos do mundo, mais a Rússia), de fato os grandes responsáveis pelo aquecimento global, concordam em reduzir suas emissões em 80% até 2050, em relação aos níveis de 1990, desde que os países em desenvolvimento se comprometam a arcar com uma redução de 50% no mesmo período. No entanto, alguns destes últimos não concordam em serem obrigados a terem metas estabelecidas, e sim, ações voluntárias, já que se defendem, alegando que as mudanças climáticas não foram causadas por eles e que também possuem o direito de se desenvolver. Talvez somente concordem com o estabelecimento de metas vinculando-as à ajuda financeira dos países desenvolvidos. Contudo, o que acontece é que, nos próximos anos, os emergentes já estarão emitindo mais que os industrializados, embora estes continuem com taxas de emissão per capita maiores que as dos emergentes. Em parte, os países em desenvolvimento podem até ter razão, mas, por outro lado, é de suma importância perceber que o planeta é um só, nossa espécie é única e que os efeitos da poluição e das mudanças climáticas não enxergam fronteiras. O fato é que já passou a hora de discutir quem polui mais, quando o que está em jogo é a possibilidade de vida na Terra para as futuras gerações. Não há mais tempo! É preciso agir agora!Os líderes das nações tem um papel decisivo e histórico neste momento. Nosso país é de importância fundamental em Copenhague, já que somos o emergente detentor do maior potencial ambiental do planeta. E o maior investimento que a sociedade civil pode fazer agora é se organizar para pressionar os governos a agirem concretamente neste encontro, a fim de garantir que o acordo estabelecido em dezembro preveja medidas mais ousadas e efetivas para a redução de emissões.“Ninguém tem de esperar pelo outro para tomar um rumo iluminado em direção ao futuro”, já dizia o sábio Mahatma Gandhi. Nosso tempo de agir já está se esgotando! O resultado das discussões na COP 15 dependerá também do esforço da responsabilidade da sociedade civil a ser testada na escolha de nossas lideranças públicas e privadas para o enfrentamento desta crise ambiental e humanitária sem precedentes. Além de ser um imenso desafio, esta situação exige de todos nós cidadãos planetários, a construção de uma nova cidadania, na qual direitos e deveres precisam estar muito bem relacionados e articulados. Somos todos seres cósmicos, portanto devemos agir em cadeia, uns dependendo dos outros, em ajuda mútua, assim como a rede natural que rege o equilíbrio da natureza. Esta cidadania planetária reside no fato de que todos os indivíduos estejam cientes das responsabilidades de suas ações. Há de se fazer um enorme esforço no sentido de diminuir a ignorância do cidadão comum em relação às questões ambientais, tornando-se imprescindível ações criativas que permitam um maior engajamento de todos os atores sociais com a finalidade de enfrentar este momento crucial, transformando a cidadania em uma prática social, política e ecológica. Faz-se necessária uma nova ordem, uma mudança de paradigma. Cabe a nós promover valores alternativos de uma nova utopia, ampliando a luta para que os países adotem outro modelo de governança e desenvolvimento, onde novos valores éticos sejam estimulados. O ponto crucial está no fato de que, pela primeira vez, o resultado das ações inconsequentes dos habitantes deste planeta está ameaçando sua própria condição de sobrevivência. Acredito que esta difícil situação em que o homem se encontra, deve ser vista como uma oportunidade para repensarmos valores e práticas, além dos meios de produção e distribuição desigual das riquezas da forma como é exercida atualmente pelo mercado de capitais, gerando fome e miséria para grande parte da população. Os desafios são enormes, principalmente porque exigem algumas mudanças de hábitos e de atitudes muito enraizados na vida das pessoas. A primeira condição para que possamos conseguir vencer estes obstáculos, é tentar identificar verdadeiramente o problema e, posteriormente, verificar quais escolhas que cada um de nós pode realizar e como o conjunto destas escolhas individuais se interliga numa estratégia coletiva. Teremos que aprender a identificar todos estes conjuntos de relações, sua interdependência e a importância do nosso papel como cidadãos. A referência dos nossos filhos e netos dependerá do legado deixado pela atual geração de tomadores de decisão. Apesar de habitarmos um mundo onde a população ainda é separada por gigantescas diferenças em termos de riqueza e oportunidades, além das fronteiras, nossos destinos estão inegavelmente atrelados pela única coisa que todos nós sem distinção compartilhamos: o nosso ainda belo planeta azul.Fonte: Envolverde / SOMA Agência.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

MUTIRÃO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL


Neste domingo, 06/09/09, tivemos o nosso tradicional mutirão de reflorestamento do Cerj.
Por causa da matéria que saiu no Globo Online, tivemos várias inscrições, o que foi muito legal. Com o tempo ruim, vários desistiram; mesmo assim, três dos inscritos compareceram.
Eu, Cláudio Martins(Três Picos), Milena Duchiade, Daniel Moyses e Mariana Borgerth construímos uma contenção e reforçamos outra, grande, na clareira onde plantamos a muda em homenagem ao Jair, utilizando as copas das árvores derrubadas pelo vento.
Ali, o vento forte que vem do mar(sudoeste?) encontra o paredão sul do Pão de Açúcar, forma redemoinhos, torce a copa da árvore e a joga no chão. Um fenômeno cruel, mas natural.
Reforçamos também o platô na base da via Lagartão, que vem sendo trabalhado há cinco anos e já está maior e mais consistente, com as quaresmeiras nativas já sombreando a base da via. Na platô também plantamos algumas mudas.
Na volta, ao olhar dentro de uma grota ao lado da trilha, junto a parede do Pão de Açúcar, nos deparamos com dois filhotes de urubus branquinhos(!!).
No mutirão de agosto, a mãe estava na trilha, junto à essa grota e chilreava(?) agressivamente prá nós. Achei estranho, pois os urubus sempre se afastam quando nos aproximamos. Esta defendia bravamente alguma coisa. Tivemos que contorná-la prá não aumentar seu estresse.
Agora está explicado o porquê.
Agradeço aos voluntários, que levaram muita disposição e fizeram um belo trabalho.
Até o próximo.
abraço.
Sávio

domingo, 26 de julho de 2009

CONVITE

Convido você a uma mudança cultural. O que pode ser feito para diminuir o impacto que você provoca no meio ambiente? Quanto de lixo é possível diminuir no seu dia a dia? É possível deixar o carro na garagem e sair a pé ou de bicicleta, melhorando inclusive seu condicionamento físico? É possível evitar escalar ou caminhar em uma área restrita? Não abrir novas trilhas ou novas vias por um desejo estatístico? Acima de tudo, é possível pra você, além de desfrutar das reservas florestais e das montanhas, berço das nascentes de água que nos abastecem, contribuir para que elas se perpetuem?
A caminhada pode estar apenas começando e você é seu próprio guia nessa excursão. Boa viagem.
(Parte do texto publicado no boletim do CERJ)

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE(05/06/09)

Dia Mundial do Meio Ambiente


No dia 5 de junho comemoramos o dia do meio ambiente. Um dia reservado no calendário mundial para celebrarmos o ambiente em que vivemos. Uma oportunidade para questionarmos a forma como estamos nos relacionando com a nossa Casa maior: o Planeta.
Frequentemente o homem se depara com seus limites frente à natureza. Titânicos icebergs derrotam a tecnologia e a cada aeronave cuspida pela atmosfera nos perguntamos qual instrumento falhou ou qual procedimento de rotina deixou de ser cumprido. Esquecemos-nos da força que a natureza tem e de sua imprevisibilidade. Dos humores do planeta depende nossa sobrevivência em sua superfície e frente a algumas situações somos totalmente impotentes.
Mas podemos agir no que nos compete. Dessa decisão depende muita coisa, pois já somos alguns bilhões e não pararemos de crescer, a não ser que ocorra um fato extraordinário.
A equação do consumo não fecha, pois o planeta tem recursos naturais limitados e um contingente humano cada vez mais voraz por consumir. Como consequencia, espécies animais e vegetais são extintas numa velocidade crescente e assustadora e muitos recursos naturais estão se esgotando.
Em nossa insensatez, poluímos lagoas, rios, mares e o ar. Poluímos a nós mesmos. As cidades se desenvolvem cobrando um alto preço dos ambientes naturais.
Não precisa ser assim. Um olhar mais respeitoso pela natureza resultaria numa convivência mais harmônica e menos predatória para com o planeta.
O homem é capaz de criar ilhas artificiais, aterrando o mar em grandes transações imobiliárias e também é capaz de gerar ilhas flutuantes de lixo que vagam no oceano.

À nossa geração, como bandeirantes ao contrário, restou uma missão inusitada: deter o desenvolvimento a qualquer custo, poupar as florestas e os ecossistemas que restaram e educar para o consumo consciente. Milhares de bandeirantes atuando em seu círculo de influência, estimulando a criação de fontes alternativas de energia, de reciclagem em larga escala e ajudando a proteger o ambiente em que vivemos.
O frágil equilíbrio das condições climáticas na terra dependerá da forma com que nossa geração e as seguintes se relacionarão com o planeta. Disso dependerá a sobrevivência das futuras gerações.

Domingos Sávio Teixeira
Diretor de Ecologia - CERJ
(Texto publicado no boletim do CERJ-julho de 2009)

HISTÓRICO DOS MUTIRÕES NO PAREDÃO LAGARTINHO-FACE SUL DO PÃO DE AÇÚCAR


MUTIRÕES DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL NO PÃO DE AÇÚCAR


Em agosto de 2004, o CERJ deu um passo à frente na área ambiental adotando o Paredão Lagartinho (incluindo as bases das Chaminés Stop e Galotti), na face sul do Pão de Açúcar.
Nossos mutirões acontecem sempre no 1° domingo do mês, às 9:00 hs e o ponto de encontro é na Praça General Tibúrcio, em frente à Praia Vermelha.
Nesses quase cinco anos de trabalho, conseguimos reverter um quadro de degradação ambiental instalado ali. Por causa da péssima qualidade do solo, que também é muito raso, o progresso é lento, mas o resultado já é visível.
Numa outra frente, atuamos também na recuperação da trilha de acesso à Chaminé Stop, a partir da Pista Cláudio Coutinho. Construímos, ao longo da calha d’água (que às vezes coincide com a trilha), vários pequenos diques, com bons resultados na contenção da erosão provocada pelas fortes enxurradas que descem ali. Antes, todo esse material descia sem obstáculos, indo assorear a Pista Cláudio Coutinho, na entrada da trilha, com prejuízo para todo o ecossistema dentro da mata. Agora, já notamos pequenos platôs junto aos diques, confirmando sua utilidade.
Trabalho semelhante também está sendo feito na base da via Lagartão, ampliando lentamente a base da via, ajudando assim no desenvolvimento das espécies espontâneas que já estavam lá.
Importante também a construção dos degraus entre as bases das vias Lagartão e da Chaminé Stop em setembro de 2005, com madeira tratada cedida pela FEMERJ. Com isso, reduzimos muito o impacto nesse trecho muito íngreme da trilha, que a cada chuva ficava pior. Hoje, os degraus estão consolidados e necessitam de pouca manutenção.
Num mutirão memorável, em novembro de 2004, 23 montanhistas responderam ao chamado para o transporte de 320 mudas para o início do plantio no Paredão Lagartinho. Foi bonito ver aquela fila de montanhistas subindo a encosta, levando de volta o verde para aquela área tão degradada.
Nas duas áreas que recupero individualmente na face leste do Pão de Açúcar, quando solicito ajuda sempre sou atendido pelos cerjenses e montanhistas de outros clubes. Lá, foram feitos vários mutirões para transporte de mudas com a ajuda preciosa dos voluntários. No último, em dezembro de 2008, tivemos também a ajuda dos militares da Fortaleza de São João. Na face leste (Costão e Grotão), a recuperação já está bem mais adiantada, já que foi iniciada em maio de 2002 e o solo é muito melhor, na maioria da área.
Você está convidado (a) a participar dos nossos mutirões. O pouco que contribuímos faz diferença e minimiza o impacto que o grande numero de montanhistas tem provocado na área em que atuamos. O entorno do Pão de Açúcar é uma espécie de quintal dos montanhistas. É razoável que cuidemos, no mínimo, do nosso quintal. Façamos a nossa parte. O planeta merece.
Agradeço a todos os voluntários que cederam seu tempo e esforço todos esses anos, ao CERJ e à FEMERJ pelo apoio e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente pela doação das mudas.
Mais informações no blog: www.paodeacucarverde.blogspot.com

Domingos Sávio Teixeira
Diretor de Ecologia
saviorj@terra.com.br

(Texto publicado no boletim do CERJ-junho/2009)