Por uma nova ordem mundial
Sex, 02/Out/2009 01:21 Jaqueline Maced Artigos e Opiniões
Jaqueline Macedo é jornalista - http://seuconsumoseufuturo.blogspot.com/
O descontrole climático chegou a tal nível que os impactos da irresponsabilidade já são sentidos por todos os povos do planeta: derretimento das geleiras, elevação do nível dos oceanos, secas extremas, aumento da frequência e da intensidade dos tornados e furacões, alterações no regime de chuvas, perdas agrícolas, surgimento de novas doenças e a possível extinção de inúmeras espécies da fauna e da flora.Urge a necessidade imediata da incorporação do senso de urgência ao enfrentamento deste problema, o qual é, sem dúvida, o maior e mais desafiador de todos os tempos. E esta questão só poderá ser enfrentada com união de todos – governo, setor empresarial e sociedade civil. Exatamente por isso, a próxima Cúpula sobre o Clima que se realizará no mês de dezembro em Copenhague torna-se tão importante. É crucial a mobilização de cada um, visto que a nossa espécie encontra-se em risco de ser exaurida da Terra. Neste encontro, os grandes líderes discutirão o próximo tratado sobre o clima, já que o Protocolo de Quioto expira em 2012. Neste protocolo, que foi aprovado em 1997 e ratificado em 2005, os países desenvolvidos assinaram um acordo comprometendo-se a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa em 5,2% aos níveis de 1990 no período de 2008 a 2012. A 15ª Conferência das Partes (COP 15) em Copenhague terá que elaborar um tratado mais ambicioso, com metas maiores a serem alcançadas.Desta forma, os países do G8 (formado pelos sete países mais desenvolvidos do mundo, mais a Rússia), de fato os grandes responsáveis pelo aquecimento global, concordam em reduzir suas emissões em 80% até 2050, em relação aos níveis de 1990, desde que os países em desenvolvimento se comprometam a arcar com uma redução de 50% no mesmo período. No entanto, alguns destes últimos não concordam em serem obrigados a terem metas estabelecidas, e sim, ações voluntárias, já que se defendem, alegando que as mudanças climáticas não foram causadas por eles e que também possuem o direito de se desenvolver. Talvez somente concordem com o estabelecimento de metas vinculando-as à ajuda financeira dos países desenvolvidos. Contudo, o que acontece é que, nos próximos anos, os emergentes já estarão emitindo mais que os industrializados, embora estes continuem com taxas de emissão per capita maiores que as dos emergentes. Em parte, os países em desenvolvimento podem até ter razão, mas, por outro lado, é de suma importância perceber que o planeta é um só, nossa espécie é única e que os efeitos da poluição e das mudanças climáticas não enxergam fronteiras. O fato é que já passou a hora de discutir quem polui mais, quando o que está em jogo é a possibilidade de vida na Terra para as futuras gerações. Não há mais tempo! É preciso agir agora!Os líderes das nações tem um papel decisivo e histórico neste momento. Nosso país é de importância fundamental em Copenhague, já que somos o emergente detentor do maior potencial ambiental do planeta. E o maior investimento que a sociedade civil pode fazer agora é se organizar para pressionar os governos a agirem concretamente neste encontro, a fim de garantir que o acordo estabelecido em dezembro preveja medidas mais ousadas e efetivas para a redução de emissões.“Ninguém tem de esperar pelo outro para tomar um rumo iluminado em direção ao futuro”, já dizia o sábio Mahatma Gandhi. Nosso tempo de agir já está se esgotando! O resultado das discussões na COP 15 dependerá também do esforço da responsabilidade da sociedade civil a ser testada na escolha de nossas lideranças públicas e privadas para o enfrentamento desta crise ambiental e humanitária sem precedentes. Além de ser um imenso desafio, esta situação exige de todos nós cidadãos planetários, a construção de uma nova cidadania, na qual direitos e deveres precisam estar muito bem relacionados e articulados. Somos todos seres cósmicos, portanto devemos agir em cadeia, uns dependendo dos outros, em ajuda mútua, assim como a rede natural que rege o equilíbrio da natureza. Esta cidadania planetária reside no fato de que todos os indivíduos estejam cientes das responsabilidades de suas ações. Há de se fazer um enorme esforço no sentido de diminuir a ignorância do cidadão comum em relação às questões ambientais, tornando-se imprescindível ações criativas que permitam um maior engajamento de todos os atores sociais com a finalidade de enfrentar este momento crucial, transformando a cidadania em uma prática social, política e ecológica. Faz-se necessária uma nova ordem, uma mudança de paradigma. Cabe a nós promover valores alternativos de uma nova utopia, ampliando a luta para que os países adotem outro modelo de governança e desenvolvimento, onde novos valores éticos sejam estimulados. O ponto crucial está no fato de que, pela primeira vez, o resultado das ações inconsequentes dos habitantes deste planeta está ameaçando sua própria condição de sobrevivência. Acredito que esta difícil situação em que o homem se encontra, deve ser vista como uma oportunidade para repensarmos valores e práticas, além dos meios de produção e distribuição desigual das riquezas da forma como é exercida atualmente pelo mercado de capitais, gerando fome e miséria para grande parte da população. Os desafios são enormes, principalmente porque exigem algumas mudanças de hábitos e de atitudes muito enraizados na vida das pessoas. A primeira condição para que possamos conseguir vencer estes obstáculos, é tentar identificar verdadeiramente o problema e, posteriormente, verificar quais escolhas que cada um de nós pode realizar e como o conjunto destas escolhas individuais se interliga numa estratégia coletiva. Teremos que aprender a identificar todos estes conjuntos de relações, sua interdependência e a importância do nosso papel como cidadãos. A referência dos nossos filhos e netos dependerá do legado deixado pela atual geração de tomadores de decisão. Apesar de habitarmos um mundo onde a população ainda é separada por gigantescas diferenças em termos de riqueza e oportunidades, além das fronteiras, nossos destinos estão inegavelmente atrelados pela única coisa que todos nós sem distinção compartilhamos: o nosso ainda belo planeta azul.Fonte: Envolverde / SOMA Agência.
Sex, 02/Out/2009 01:21 Jaqueline Maced Artigos e Opiniões
Jaqueline Macedo é jornalista - http://seuconsumoseufuturo.blogspot.com/
O descontrole climático chegou a tal nível que os impactos da irresponsabilidade já são sentidos por todos os povos do planeta: derretimento das geleiras, elevação do nível dos oceanos, secas extremas, aumento da frequência e da intensidade dos tornados e furacões, alterações no regime de chuvas, perdas agrícolas, surgimento de novas doenças e a possível extinção de inúmeras espécies da fauna e da flora.Urge a necessidade imediata da incorporação do senso de urgência ao enfrentamento deste problema, o qual é, sem dúvida, o maior e mais desafiador de todos os tempos. E esta questão só poderá ser enfrentada com união de todos – governo, setor empresarial e sociedade civil. Exatamente por isso, a próxima Cúpula sobre o Clima que se realizará no mês de dezembro em Copenhague torna-se tão importante. É crucial a mobilização de cada um, visto que a nossa espécie encontra-se em risco de ser exaurida da Terra. Neste encontro, os grandes líderes discutirão o próximo tratado sobre o clima, já que o Protocolo de Quioto expira em 2012. Neste protocolo, que foi aprovado em 1997 e ratificado em 2005, os países desenvolvidos assinaram um acordo comprometendo-se a reduzirem suas emissões de gases de efeito estufa em 5,2% aos níveis de 1990 no período de 2008 a 2012. A 15ª Conferência das Partes (COP 15) em Copenhague terá que elaborar um tratado mais ambicioso, com metas maiores a serem alcançadas.Desta forma, os países do G8 (formado pelos sete países mais desenvolvidos do mundo, mais a Rússia), de fato os grandes responsáveis pelo aquecimento global, concordam em reduzir suas emissões em 80% até 2050, em relação aos níveis de 1990, desde que os países em desenvolvimento se comprometam a arcar com uma redução de 50% no mesmo período. No entanto, alguns destes últimos não concordam em serem obrigados a terem metas estabelecidas, e sim, ações voluntárias, já que se defendem, alegando que as mudanças climáticas não foram causadas por eles e que também possuem o direito de se desenvolver. Talvez somente concordem com o estabelecimento de metas vinculando-as à ajuda financeira dos países desenvolvidos. Contudo, o que acontece é que, nos próximos anos, os emergentes já estarão emitindo mais que os industrializados, embora estes continuem com taxas de emissão per capita maiores que as dos emergentes. Em parte, os países em desenvolvimento podem até ter razão, mas, por outro lado, é de suma importância perceber que o planeta é um só, nossa espécie é única e que os efeitos da poluição e das mudanças climáticas não enxergam fronteiras. O fato é que já passou a hora de discutir quem polui mais, quando o que está em jogo é a possibilidade de vida na Terra para as futuras gerações. Não há mais tempo! É preciso agir agora!Os líderes das nações tem um papel decisivo e histórico neste momento. Nosso país é de importância fundamental em Copenhague, já que somos o emergente detentor do maior potencial ambiental do planeta. E o maior investimento que a sociedade civil pode fazer agora é se organizar para pressionar os governos a agirem concretamente neste encontro, a fim de garantir que o acordo estabelecido em dezembro preveja medidas mais ousadas e efetivas para a redução de emissões.“Ninguém tem de esperar pelo outro para tomar um rumo iluminado em direção ao futuro”, já dizia o sábio Mahatma Gandhi. Nosso tempo de agir já está se esgotando! O resultado das discussões na COP 15 dependerá também do esforço da responsabilidade da sociedade civil a ser testada na escolha de nossas lideranças públicas e privadas para o enfrentamento desta crise ambiental e humanitária sem precedentes. Além de ser um imenso desafio, esta situação exige de todos nós cidadãos planetários, a construção de uma nova cidadania, na qual direitos e deveres precisam estar muito bem relacionados e articulados. Somos todos seres cósmicos, portanto devemos agir em cadeia, uns dependendo dos outros, em ajuda mútua, assim como a rede natural que rege o equilíbrio da natureza. Esta cidadania planetária reside no fato de que todos os indivíduos estejam cientes das responsabilidades de suas ações. Há de se fazer um enorme esforço no sentido de diminuir a ignorância do cidadão comum em relação às questões ambientais, tornando-se imprescindível ações criativas que permitam um maior engajamento de todos os atores sociais com a finalidade de enfrentar este momento crucial, transformando a cidadania em uma prática social, política e ecológica. Faz-se necessária uma nova ordem, uma mudança de paradigma. Cabe a nós promover valores alternativos de uma nova utopia, ampliando a luta para que os países adotem outro modelo de governança e desenvolvimento, onde novos valores éticos sejam estimulados. O ponto crucial está no fato de que, pela primeira vez, o resultado das ações inconsequentes dos habitantes deste planeta está ameaçando sua própria condição de sobrevivência. Acredito que esta difícil situação em que o homem se encontra, deve ser vista como uma oportunidade para repensarmos valores e práticas, além dos meios de produção e distribuição desigual das riquezas da forma como é exercida atualmente pelo mercado de capitais, gerando fome e miséria para grande parte da população. Os desafios são enormes, principalmente porque exigem algumas mudanças de hábitos e de atitudes muito enraizados na vida das pessoas. A primeira condição para que possamos conseguir vencer estes obstáculos, é tentar identificar verdadeiramente o problema e, posteriormente, verificar quais escolhas que cada um de nós pode realizar e como o conjunto destas escolhas individuais se interliga numa estratégia coletiva. Teremos que aprender a identificar todos estes conjuntos de relações, sua interdependência e a importância do nosso papel como cidadãos. A referência dos nossos filhos e netos dependerá do legado deixado pela atual geração de tomadores de decisão. Apesar de habitarmos um mundo onde a população ainda é separada por gigantescas diferenças em termos de riqueza e oportunidades, além das fronteiras, nossos destinos estão inegavelmente atrelados pela única coisa que todos nós sem distinção compartilhamos: o nosso ainda belo planeta azul.Fonte: Envolverde / SOMA Agência.
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