Domingo, dia 22 de Dezembro de 2019.
Acordei antes do despertador, às 5:40 da manhã. Eu estava ansiosa para chegar à Urca e participar do replantio. Henrique havia marcado originalmente para o dia 15, mas havia chovido e a descida do Paredão Lagartinho, na face sul do Pão de Açúcar, estava um tanto complicada, como ele mesmo disse. Essa área foi adotada pelo CERJ em 2004 e integra o Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca (MoNa Pão de Açúcar), Unidade de Conservação municipal.
Bem, encontrei com o pessoal em frente à Escola Gabriela Mistral (Sávio, Henrique, Carlos, Jana, Luiza, Velho, Krrô, Gisela, Luiz e eu (Cláudia)) e fomos seguindo pela Pista Cláudio Coutinho. Fomos
conversando, eles contando a história do Projeto Pão de Açúcar Verde e eu, enquanto prestava atenção na mata, pensava que era impossível imaginar o Paredão Lagartinho e a face leste do Pão de Açúcar cobertos pelo capim colonião.
A cada passo, a natureza se mostrava mais presente, borboletas dos mais variados tamanhos e cores, flores coloridas que pintavam o solo de amarelo e lilás, o canto dos pássaros e o barulho do mar me presentearam com um pedacinho do que eu idealizaria como paraíso ali, bem no meio da cidade. O Rio de Janeiro é realmente a Cidade Maravilhosa.
O calor estava ali também, anunciando que o verão havia começado com vontade. A mesma vontade que a nossa, de estar cuidando da mata.
Paramos, o sábio Sávio nos mostrou e explicou sobre como as figueiras crescem, com seu caule abraçando outra árvore e, infelizmente, matando-a aos poucos. Provavelmente ele deve parar e comentar sobre isso todas as vezes que passa por ali, mas eu fiquei encantada com uma árvore abraçando outra, se apoiando para crescer e alcançar o Sol. Uma árvore dá a vida pela outra, ambas crescem juntas e uma delas acaba sucumbindo ao tempo, ... bonito, eu achei.
Continuamos e paramos pra conhecer o Jair, um pau-brasil que o Krrô plantou em homenagem ao seu amigo Jair Lourenço, grande montanhista e amigo. Krrô contou que o Jair foi um dos maiores escaladores que ele conheceu, que escalou até o final da vida de uma maneira impressionante. Eu ficaria ali horas ouvindo o Krrô contar. Mas tínhamos de seguir, as mudas precisavam ser plantadas.
Finalmente chegamos. Fizemos o replantio em 2 etapas, sendo a última próxima a base da Chaminé Stop. Devo comentar a elegância do Luiz, que chegou e fez todos os buracos para plantarmos as mudinhas (menos 1) sem esforço algum. Pedi pra ele me ensinar a usar a cavadeira e descobri que é mais difícil do que parece. 😊
Todos plantaram as suas mudas. Velho e Jana me levaram no mirante da Stop, que eu ainda não conhecia. Fazia muito calor e pegar aquele ventinho foi sensacional. Jana voltou antes e eu fiquei ouvindo o Velho contar sobre escaladas e surf... se tivéssemos alguns sanduíches e um suco de laranja ou mate bem gelados, teríamos ficado ali umas boas horas.
Quando voltamos, Jana estava com a enxada, produzindo o que um dia será um belo platô. Jana, sou sua fã!
Terminamos o plantio, voltamos, tiramos uma foto suados, sujos de terra e felizes.
(Cláudia Diniz)
APOIO:
Sempre gratificante, Sávio.
ResponderExcluirQue bela narrativa. Deu bontade de estar lá, em muito boa companhia. Dia feliz!
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