Voluntários trabalham pela recuperação ambiental do Pão de Açucar. |
Em maio de 2002 iniciei um trabalho de recuperação ambiental em dois trechos da face leste do morro do Pão de Açúcar, que estavam tomados pelo capim colonião (Panicum maximum). Em resumo, a tarefa consistia na retirada do capim, aproveitamento do material para fazer as leiras (contenções com curva de nível), plantar espécies da mata atlântica e fazer a manutenção para que não morressem.
A área trabalhada tem inclinação de até 50º, pouco solo, muita insolação e sofre forte influência dos ventos
marinhos, pois fica à beira mar, o que dificulta o desenvolvimento das espécies plantadas e a recuperação da região. Por causa de sucessivos incêndios, causados principalmente por balões, o solo também era muito pobre, criando uma dificuldade a mais para o sucesso da empreitada.
Apesar de ser um trabalho individual e voluntário, feito nos fins de semana, pude contar desde o início com a ajuda dos montanhistas para o transporte das mudas, já que as mesmas precisam ser levadas até o local de plantio por trilhas íngremes. Aos poucos, a participação foi sendo ampliada para o público em geral e os mutirões passaram a ser regulares, ocorrendo todo primeiro domingo do mês. Sua principal característica é a educação ambiental, criando oportunidade para que o cidadão comum possa dar sua contribuição ao meio ambiente. É empolgante observar a alegria de uma criança ao plantar sua primeira muda de árvore. Nesse momento, pode estar sendo plantada também a semente de um novo ambientalista. São esses cidadãos que farão a diferença no futuro do nosso planeta.
A recuperação ambiental que executo na face leste do Pão de Açúcar completará 12 anos em maio próximo. É motivo de grande satisfação, para mim, ver uma área antes degradada e recoberta pelo nocivo capim colonião hoje recuperada, com bosques em pleno desenvolvimento, acréscimo de área para a fauna, melhora da paisagem e interrupção da erosão.
O trabalho tem o apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que fornece as mudas de espécies da mata atlântica para o plantio. Instituições ligadas ao montanhismo, como o Centro Excursionista Rio de Janeiro (Cerj) e a Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (Femerj), apoiam o trabalho desde o início. Agradeço aos gestores dessas instituições pelo apoio. Em especial, agradeço às centenas de voluntários que se fizeram presentes ao longo desses quase doze anos de mutirões, dando sua valorosa contribuição para o sucesso do Projeto Pão de Açúcar Verde.
Outras informações no site www.paodeacucarverde.blogspot.com
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Buen Blog Savio... un abrazo, Iris.!
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