PARCEIRO DO MEIO AMBIENTE

PARCEIRO DO MEIO AMBIENTE
Parceiro do Meio Ambiente: uma homenagem da Prefeitura do Rio de Janeiro

sábado, 28 de fevereiro de 2009

CAPIVARA NO PÃO DE AÇÚCAR(REPORTAGEM NO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO)


Quarta-feira, 14 janeiro de 2009

Capivara é avistada em pleno Pão de Açúcar
Ainda não se sabe como o roedor chegou ao local

Alexandre Rodrigues, RIO

Montanhistas que trabalham em mutirão na recuperação da vegetação nativa do entorno do Pão de Açúcar se surpreenderam. Após dois meses intrigados com vestígios de um animal de grande porte no Grotão do Pão de Açúcar, área de difícil acesso na base da face da montanha voltada para o mar aberto, foi descoberta uma capivara de cerca de 40 quilos. Mas uma interrogação permanece: como o roedor, típico de margens de rio e lagoas, chegou ao local, cercado por dois paredões de rocha e pela água salgada do mar?O animal foi avistado pela primeira vez há 15 dias pelo bancário Sávio Teixeira, que dedica seus domingos ao reflorestamento do Grotão há seis anos. Ele se preparava para o encontro desde que passou a ver pegadas, palmas nativas rasgadas e fezes, que vinha fotografando sem ter certeza de que animal se tratava. “Nunca tinha visto nada parecido lá e fiquei intrigado. Os maiores animais dali são lagartos. Até que finalmente vi a enorme capivara cinza, bem alimentada, com 40 ou 50 quilos, se mexendo no mato. Tentei fotografar, mas ela fugiu, assustada”, contou. “Fui criado no Pantanal, sei que não é um bicho perigoso, mas fiquei com medo. Nunca se sabe como pode reagir um animal acuado.” Pelos sinais, Teixeira acha que a capivara está sozinha. Ele desconfia que o roedor tenha chegado ao Pão de Açúcar pela Baía de Guanabara, carregada pela enxurrada de alguma chuva forte da primavera.Mesmo assim, ela teria de ter escalado as pedras que separam a área verde do mar. O biólogo Ricardo Tadeu Santori, especialista em zoologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), diz que a hipótese é possível, mas improvável. “O Pão de Açúcar não está ligado à Floresta da Tijuca, mas tem vegetação. Alguém pode ter encontrado esse animal em outra região e levado para lá. Muitas pessoas e até bombeiros, policiais e militares tentam devolver animais à natureza sem qualquer critério.” A principal preocupação dos montanhistas é a ausência de água doce na região. Eles acham que a capivara pode estar matando a sede em depósitos de água da chuva, com duração limitada. Alguns defendem buscar ajuda especializada para capturar e transferir o animal para uma reserva. Outros preferem instalar um bebedouro para o animal ficar lá. No começo, a capivara acabou ajudando no reflorestamento do local, onde só se chega de rapel, ao se alimentar dos brotos de capim colonião, uma praga combatida. Mas ela agora está comendo também as mudas nativas.“Acho que ela pode provocar um desequilíbrio. A área é pequena, tem cerca de 10 mil m²”, diz Teixeira. Para Santori, a captura e remoção do animal é a melhor opção: “Ela não tem muitas chances de sobreviver ali.” O biólogo Mário Moscatelli, que liderou a revitalização da Lagoa Rodrigo de Freitas quando surgiu lá, em 2004, outra capivara, é contra. “Os ambientes naturais desses animais estão sendo detonados e eles estão se adaptando.”

RECUPERAÇÃO AMBIENTAL NOS MORROS DO PÃO DE AÇÚCAR E DA URCA

O entorno dos Morros do Pão de Açúcar(PA) e da Urca tem se beneficiado do trabalho voluntário de diversas equipes de montanhistas que atuam na região. São cidadãos que resolveram “colocar a mão na massa” e não esperar pelo poder público para resolver um problema que afeta o meio ambiente de nossa cidade. Vários trechos da Floresta dos Colibris, no entorno desses morros, estavam tomados pelo capim colonião, provocando risco de incêndios. O Costão Leste do Pão de Açúcar estava totalmente tomado por esse capim e era vitimado por incêndios periódicos, causando grande estrago à pouca vegetação que havia na rasa camada de solo. Por causa da forte inclinação, as chuvas de verão provocavam forte erosão no solo desprotegido.
Há relatos de voluntários que trabalham na região há cerca de 15 anos, como o casal Nóbile e Sática, na face leste. Este casal adotou uma área de difícil recuperação, entre o Mirante do Costão e o início do paredão do PA e está obtendo sucesso nessa missão. Quem passa hoje no trecho final da trilha do Costão, antes de iniciar a subida do paredão, já caminha à sombra de muitos arbustos. Uma vitória indiscutível da perseverança contra o capim colonião, num trecho em que a erosão carregava todos os nutrientes do solo. Eles adotaram outra área no Grotão do PA, também na face leste, em maio de 2003 e estão trabalhando com afinco na recuperação daquele trecho. São pioneiros nesse trabalho voluntário na região, até onde sei.
Está sendo feito também excelente trabalho de recuperação ambiental na Face Oeste do PA, desde dezembro de 1994, no trecho próximo à Via dos Italianos, onde um incêndio provocou grande estrago e o capim colonião havia se instalado. A área está totalmente recuperada, fruto do trabalho persistente dos voluntários(*) e da manutenção permanente, sem a qual o trabalho não teria sucesso.
Adotei todo o trecho inicial da subida do Costão do Pão de Açúcar(face leste) em maio de 2002, no trecho que vai dos pilotis de concreto até o mirante(incluindo o colo lateral esquerdo). Consegui reverter, nesse trecho, a ditadura do capim colonião pela diversidade das espécies de mata atlântica. Em maio de 2003 adotei nova área, no Grotão do PA (face leste, base da via Sgt. Tainha), e estou ajudando a natureza a se recuperar naquela região, que era totalmente tomada pelo capim colonião e periodicamente açoitada por incêndios. Hoje a paisagem é diferente. Onde antes tinha capim, temos um bosque, proporcionando sombra e abrigo para inúmeras espécies de pássaros e répteis. Nestes dois trechos, Cissa Biasoli participou dos trabalhos de julho de 2003 a julho de 2006.
O CERJ(Centro Excursionista Rio de Janeiro) adotou, em agosto de 2004, o Paredão Lagartinho, na face sul do PA, incluindo a base da Chaminé Galotti.. Hoje, a região já apresenta um perfil diferenciado, com espécies de mata atlântica em pleno desenvolvimento e o colonião controlado. Esse trecho do PA é de difícil recuperação, pois a camada de solo existente é muito rasa e o paredão de rocha ocupa grande parte, tornando o desafio maior, pois os trabalhos são feitos sempre sob forte calor. Já virou tradição no CERJ: todo primeiro domingo do mês coordeno o nosso mutirão de reflorestamento. Assim, a paisagem, naquela região, tem mudado lentamente pra melhor.
Um trecho da face Sul do PA, do final da Pista Cláudio Coutinho até os pilotis de concreto, está sendo recuperado pelo casal Sérgio e Inês Docena desde 2003. Trabalharam também alguns trechos marginais à Pista Cláudio Coutinho.
O CEG(Centro Excursionista Guanabara) adotou um trecho no colo entre o Pão de Açúcar e o Morro da Urca e tem ajudado na recuperação daquele trecho.
A recuperação da trilha do Morro da Urca, coordenada pelo Delson de Queiroz, diretor de Meio Ambiente da FEMERJ(Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro), foi um trabalho de primeira qualidade. Reordenou o caos que reinava ali e minimizou o grande impacto que o excessivo número de caminhantes provocava na trilha e adjacências.
O CEB(Centro Excursionista Brasileiro) desenvolve também plantio e manutenção na face norte do Morro da Urca desde 1998.
Mais recentemente, Mário Senna adotou uma área no Grotão do PA(face leste), na base do Paredão Minchetti e tem ajudado aquele trecho a se ver livre do capim e do risco de incêndios. A persistência do Mário tem feito a diferença e o panorama ali já está muito melhor.
O nosso trabalho voluntário, individual ou institucionalmente, em prol do meioambiente nos morros Pão de Açúcar e da Urca, livrou essas áreas do risco de incêndios provocados pelo capim, está recobrindo de mata esses trechos e diminuindo a erosão. Oferece também um acréscimo de ambiente para a fauna da região, além de uma paisagem mais exuberante.
Destaco também o impacto positivo dessa recuperação ambiental na mitigação dos danos causados pelo grande afluxo de montanhistas na região.

(*) O voluntário que atua nessa área prefere não ser citado.


Domingos Sávio Teixeira
Voluntário/Diretor de Ecologia do CERJ

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

CATA PALAVRAS

Cata palavras feito a partir de uma reportagem comigo, publicada no jornal O Estado de São Paulo no dia 17/10/2004.

AS TRÊS ÁREAS AOS MEUS CUIDADOS NO PÃO DE AÇÚCAR

Grotão da face leste






Costão da face leste

Paredão Lagartinho, na face sul do Pão de Açúcar, onde coordeno um mutirão mensal de recuperação ambiental. Esta área foi adotada para realização dos mutirões mensais do Centro Excursionista Rio de Janeiro (CERJ), sempre no primeiro domingo do mês.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

PROFESSOR CARAUTA




Jorge Pedro Pereira Carauta(J. P. P. Carauta) é um sábio generoso que apoiou o trabalho de revegetação na face leste do Pão de Açúcar desde o inicio com grande entusiasmo.
Seu apoio tem sido de grande valia e seu entusiasmo, contagiante. Em sua longa vida acadêmica, publicou inúmeros trabalhos científicos e um livro que recomendo: "Figueiras no Brasil", junto com B. Ernani Diaz.
Abriu espaço no periódico "Albertoa" para que fosse publicado um trabalho, em conjunto com biólogos, sobre a recuperação ambiental que realizo no Pão de Açúcar.
No excelente livro "Bondinho do Pão de Açúcar", lançado em 2008 em comemoração aos 95 anos do bondinho, assina o capitulo "Plantas do Conjunto Pão de Açúcar, Urca e Cara de Cão".
Montanhista e escalador, catalogou, junto com outros, a vegetação das encostas do Pão de Açúcar, Urca e Cara de Cão.
Vida longa a esse mestre que não mede esforços em sua dedicação às plantas.
Este blog tem o objetivo de divulgar o trabalho voluntário de recuperação ambiental que realizo na face leste do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, desde maio de 2002.
Informa também sobre os mutirões ecológicos que coordeno mensalmente pelo Centro Excursionista Rio de Janeiro(CERJ), na face sul do Pão de Açúcar.
É um grande prazer ver a vegetação nativa se recompondo, livre dos incêndios que assolavam a área periodicamente por causa do capim colonião(panicum maximum) e outras gramíneas.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente(SMAC) é parceira do projeto, fornecendo as mudas de mata atlântica.
Nesses mais de sete anos de trabalho, muitos voluntários deram sua contribuição.
Agradeço, especialmente, ao Centro Excursionista Rio de Janeiro (CERJ) pelo apoio desde o início e a Cissa Biasoli, que participou dos trabalhos durante três anos com grande entusiasmo.